quinta-feira, 5 de novembro de 2009

NOVA ESQUERDA

A NOVA ESQUERDA E O LIVRO DIDÁTICO

Os historiadores da chamada ‘’nova esquerda’’, como Edward. P.Thompson, Christopher Hill e Eric Hobsbawn,representam ainda o materialismo histórico ,mas se separa do velho dogmatismo do pensamento marxista ,o evento econômico são também eventos humanos,por tanto unidos com eventos sociais e culturais,assim o mundo da cultura passa a ser examinado como parte do modo de produção e não como simples reflexo econômico .A nova esquerda representa uma abertura ao materialismo histórico, numa visão múltipla quebrando o gelo do período stalinismo, o terror vermelho onde os atividades de praticas revolucionarias das massas dentro da Rússia foi cada vez mais desencorajada ,o stalinismo amordaçava a cultura soviética e impunha aos partidos políticos mundo a fora uma política voltada para a teoria leninista marxista sem uma liberdade intelectual funcionando como propaganda ideológica dos feitos do Estado de seu líder máximo, com uma visão totalizante da sociedade voltada como um só ser (trabalhador (a)) para a construção do futuro, do “homem novo”, puro física e mentalmente, livre de “desvios burgueses” e de sua ‘cultura decadente’, realizado enormes estragos no desenvolvendo atividade criativa de toda uma geração de intelectuais soviéticos, ampliava o grau de centralização das orientações políticas em torno do chamado ‘núcleo dirigente’,acabou com as liberdades individuais e criou uma estrutura policial e militar de combate aos inimigos do regime. Instituiu punições que incluíam expurgos, trabalhos forçados, escravidão e assassinatos, já no pensamento marxista inglês releva-se os aspectos culturais, teremos não uma noção de classe como categoria estática,mas como uma categoria histórica podendo assim conhecermos nosso comportamento através do tempo. Partindo de uma construção de mecanismo para conhecer a relação entre o passado/presente/futuro numa história total, numa visão interdisciplinar.
Para nosso objeto nesse trabalho de investigação – tem como principio entender as existências reais dos fatos históricos e as relações entre o sujeito e objeto do conhecimento,sendo assim um conhecimento não passivo,não repetido,buscando uma interação dialética no processo de conhecer e construir o conhecimento e buscar, analisar como os livros didáticos podem ser encarados como um produto muito mais da defesa dos interesses da livraria, a qual detinha a exclusividade dos títulos, do que da questão do direito da propriedade do autor,e através de uma ideologia ,que monta imagens e lógicas de uma identificação social escondendo conflitos de uma sociedade dividida ,mascarando e petrificando o tempo ,e tornando a sociedade histórica sem capacidade de se conhecer ,o sujeito social(o aluno)não conhece e não compreende suas próprias ações e políticas,sua origem e que este processo e fundamental para sua atuação.A sociedade histórica precisa entender sua origem,enigma de sua auto-instituição,enfrentar o advento do poder político como polo separado do social,pois ocorre a periodização da história cujo marco não pode ser apenas uma visão de uma elite conservadora nem de interesses de livraria.
No contexto escolar da sala de aula, o professor passa a ser um verdadeiro articulador e o aluno é elemento chave sendo preciso observar quais os lugares e posições que eles ocupam em relação ao livro didático. O professor assume o papel de regente do livro didático, uma vez que este recurso foi elevado, no contexto educacional atual, o transmissor do conhecimento aceito. Cabe ao professor este espaço específico, que lhe confere a identidade de condutor do processo que se constrói nas relações com o livro didático. Com relação ao aluno, podemos inferir que este desempenha um papel completamente passivo como sujeito-leitor dos textos que o livro didático apresenta.
Logo situamos o fato histórico e sua construção nos livros didáticos que deve ser de informação a nossos alunos, e como ele pode ser um poderoso meio de dominação ideológico? Como a nova esquerda pode influenciar para uma nova visão do fato?Como e construído a noção de tempo?Que história pretende veicular nas escolas?Como construir uma visão global da história?Qual noção de tempo tem sido objeto do trabalho no livro didático?A história e só um conhecimento factual do passado?A noção de tempo Cronológica é única?
São perguntas que nos levam a um processo bastante complexo, pois na maioria dos livros didáticos os fatos são fechados, sempre impondo conceitos, e os próprios livros são produtos para um mercado, para um trabalho critica e analítico, na procura de entender as transformações do marxismo, e tem como base a nova esquerda e procurar como o fato é construído dentro do livro didático na escola pública e como ele pode ajudar a alienar milhões de alunos relativos à construção histórica de seu passado e influenciando o futuro destes alunos,‘’discurso daqueles que para mim sofrem do que chamo de Complexo de Paraíso Perdido, é recheado de chavões que constantemente apelam para a mídia como ‘prova’ de uma mundo em irremediável declínio, farto de notícias sobre crimes hediondos, corrupção e guerras, que dado a uma completamente ilusória ascensão numérica, mostraria uma inevitável desintegração de tudo o que podemos considerar bom em nossa civilização. Sempre gosto de perguntar a essas pessoas se elas realmente acham que tais coisas não aconteciam em qualquer período do passado textualmente registrado, ou sobre que tipo de notícia elas acham que comporia um hipotético noticiário televisivo no século XIV.Diante da conclusão de que os fatos históricos são tão multifacetados quanto escorregadios, sujeitos a imprevisíveis interpretações que sempre serão "corretas", Carr lança a questão de qual deve ser a postura do Historiador em relação ao seu objeto de estudo. Qual seu compromisso com os fatos?’’ 1


1 Universidade de Brasília, Setembro de 2000, IH - Departamento de História, Disciplina: Introdução ao Estudo da História, Professor: Roberto Baptista Júnior.

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